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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Museu da Walt Disney


Exposição tem o foco na vida do criador de Mickey Mouse, e não em seus seus desenhos animados


O Walt Disney Family Museum, o primeiro museu do mundo dedicado à vida e à obra do criador de Mickey Mouse, esta na cidade americana de San Francisco, nos EUA, onde a maioria de seus descendentes vive desde a morte do desenhista e empresário em 1966.
Ao contrário dos parques temáticos nos Estados Unidos, França, Japão e Hong Kong, o museu não dá tanta atenção aos personagens e filmes dos estúdios Disney, mas a seu criador que, segundo sua família, é um desconhecido para o grande público.Para milhões de pessoas, seu nome está intimamente associado às lembranças da infância. Para muitas outras, é o fundador de um dos maiores impérios do mundo do entretenimento. Poucos sabem que sua primeira empresa quebrou. Ou que, depois da Primeira Guerra Mundial, foi motorista de uma ambulância da Cruz Vermelha na França.
"Nos demos conta de que muita gente não sabia que existiu um Walt Disney porque seu nome se transformou em uma marca. Aqueles que o conheciam tinham uma imagem equivocada dele", disse Diane Disney Miller, filha de Walt Disney e principal responsável pela criação do museu.
Disney Miller está convencida de que, após visitar a exposição, a ideia do público sobre seu pai mudará. "Verão a parte pessoal e se darão conta de que ele era, acima de tudo, um homem de família", afirmou.
Após anos de trabalho e um investimento de US$ 110 milhões, a família Disney conseguiu abrir este museu para o qual tiveram que comprar material de colecionadores porque não tinham "quase nada em casa", admite a filha do homenageado.
Divulgação/Disney
O resultado é uma interessante exibição que repassa a vida de um dos principais gênios do século XX, com seus momentos de glória e seus fracassos. O museu lembra a quebra do primeiro estúdio de animação fundado por Disney em Kansas City e seus problemas com os sindicatos quando já era um magnata do mundo do entretenimento - "o pior momento da minha vida", em suas palavras.
Também é possível ver no local uma coleção de seus prêmios, incluindo as sete pequenas estatuetas do Oscar recebidas por "Branca de Neve e os Sete Anões" e um velho texto manuscrito do criador de Mickey Mouse no qual há erros de ortografia.
Em meio a inúmeras fotos de família, muitas delas feitas pelo próprio Walt Disney, chamam a atenção documentos como os desenhos de mulheres nuas que os estúdios Disney fizeram durante a Segunda Guerra Mundial, quando seus funcionários puseram seu talento à disposição dos Estados Unidos e de suas tropas.
"Ele foi simplesmente um menino da fazenda que se mudou para a cidade e tornou-a grande, muito grande", afirma Richard Benefield, diretor do museu, o qual insiste em que a ideia é apresentar Disney como um artista inovador e não como um homem de negócios.
Foto: Eric Risberg/AP
Embora seus responsáveis afirmem que o museu é dirigido para toda a família, o lugar pode ser um pouco chato para as crianças pequenas e provavelmente atrairá mais adultos a partir dos 45 anos que cresceram com os primeiros filmes da Disney.
A média de idade dos primeiros visitantes que estiveram na inauguração do museu era bem mais alta. Era possível ver muitos idosos vestidos com camisas ou bonés com a imagem de Mickey.
Os organizadores esperam uma média de 450 mil visitantes anuais durante os primeiros dois anos. Para captar a atenção dos visitantes mais jovens, especialmente em uma cidade tão ligada à tecnologia como San Francisco, o museu mistura relíquias da primeira metade do século XX com alguns dos últimos avanços na área.
Vídeos de alta definição acompanham as fotografias e telas sensíveis ao toque permitem que os visitantes folheiem documentos históricos que normalmente só poderiam ser vistos por trás de um vidro. O percurso pela exposição termina com uma recompilação das mensagens de condolência recebidas após a morte de Walt Disney.
Embora a lenda urbana diga que Disney está congelado à espera de uma cura contra o câncer, o desenhista e empresário faleceu em 15 de dezembro de 1966. Na ocasião, centenas de jornais publicaram desenhos de Pato Donald, Mickey e Pinóquio chorando a morte de seu criador.