John Carter - Entre Dois Mundos é a adaptação para as telas de Uma Princesa de Marte (John Carter of Mars), obra de fantasia e ficção científica de Edgar Rice Burroughs (1875-1950), o criador de Tarzan, que escreveu 11 livros da saga Barsoom. Na trama, John Carter (Taylor Kitsch) é um veterano de guerra abduzido e transportado até Marte, onde vira prisioneiro de bárbaros verdes e precisa libertar a princesa Dejah Thoris (Lynn Collins) da tirania local.
Para quem gosta de bons filmes de ação, misturados com ficção científica, esta pode ser uma ótima opção. O longa da Disney é muito bem feito e agrada bastante. Pra começar o roteiro é interessante e prende a atenção do público do início ao fim. O desenvolvimento dos personagens é o grande motivo desta fórmula dar certo. Desde o início, somos apresentados ao protagonista de uma forma já bem divertida. Por mais preso que ele esteja, tenta sempre fujir e na maioria das vezes consegue. Enquanto isso, lá em Marte acontece uma história paralela que à princípio pensamos "o que isso tem a ver com o que está acontecendo na Terra"? E em pouco tempo estas duas histórias se juntam e se transformam em uma única jornada com muita aventura, romance e muitos efeitos especiais.
O mundo criado em Marte é algo fabuloso. Uma mistura de Guerra nas Estrelas, Avatar, Conan O Bárbaro e outros clássicos do gênero. E apesar dessa salada mista o "tempero" é feito na medida certa e acaba nos proporcionando momentos bons de lazer e diversão. Os atores também fazem um bom trabalho. Taylor Kitsch interpreta muito bem John Carter. Lynn Collins como Dejah Thoris prova que além de ser muito bonita, sabe atuar bem e convence em ser uma das principais coadjuvantes. Willem Dafoe como o alienígena Tars Tarkas chama a atenção em todas as cenas em que aparece. E Mark Strong faz mais um de seus inúmeros vilões no cinema. Aliás, isso já virou uma especialidade dele.
A direção de Andrew Stanton, que nunca havia feito um filme com personagens reais, é brilhante. Mas ele não é novo na sétima arte não. Pelo contrário, é considerado um dos cineastas mais famosos da atualidade. É que Andrew é dono de grandes obras primas animadas como Wall-E e Procurando Nemo. Ainda participou nos roteiros da trilogia Toy Story e Monstros S.A.
A adaptação desta história antiga para o cinema já foi tentada várias vezes no passado. Fala-se que a primeira tentativa é datada de 1930. De lá pra cá a produção já passou pelas mãos de Robert Rodriguez e até Jon Favreau (Homem de Ferro). Mas em 2007 a Disney conseguiu os direitos de JohnCarter e finalmente, após 5 anos, fez o projeto sair do papel. E mesmo que muitos consideravam John Carter uma espécie de maldição do cinema, Andrew conseguiu calar a boca de muita gente em Hollywood.
Mas o filme tem algumas falhas. O grande vilão Matai Shang por exemplo é o supra-poderoso-indestrutível em diversos momentos, mas em outros é ferido com uma bala, um golpe e até mesmo com uma mordida de um cachorro alienígena que deve ter sido criado pelo Flash. Em algumas partes, mesmo com os bons efeitos especiais, é possível com um pouco de atenção, ver os atores recortados em croma pelo computador. E confesso que até a gente se acostumar com John Carter pulando como se tivesse tomado o suco dos Ursinhos Gummis fica difícil engolir aqueles saltos quilométricos e com precisão.
De qualquer maneira o filme é muito bom. E apesar de ter sido muito caro, cerca de 250 milhões de dólares, dependendo do resultado nas bilheterias uma trilogia deve ser feita. Vamos esperar e torcer para que isso aconteça.
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