Filme de animação Aviões estreia em setembro no Brasil.
Animação levou quatro anos e meio para chegar às telas.

Se filme de animação faz qualquer um viajar, o que dizer de uma produção em que os protagonistas são aviões? Dusty é um pulverizador de plantações que realiza o sonho de participar de uma corrida aérea em volta do planeta. Ele faz amigos de diferentes culturas e é confrontado com os próprios limites.

Tudo começou com uma longa pesquisa. No interior dos Estados Unidos, o roteirista encontrou um velho caminhão que serviu de inspiração para um personagem. Tinha ferrugem e uma marca que parecia um sorriso. Foi tudo incorporado no desenho.
Os desenhistas tiveram um grande desafio: eles eram da equipe que fazia os filmes da fada Sininho e tiveram de se adaptar aos aviões, atendendo a uma exigência do diretor.

Haja paciência. De 50 mil desenhos feitos para um filme, 25 mil vão parar no lixo. "Você faz o seu melhor: Bota o coração e a alma nos desenhos. E quando você entra na sala para mostrar pra equipe, o diretor diz: não ficou bom. Aí você tem de fazer tudo de novo. Às vezes, personagens são excluídos da história e você tem que mudar todas as cenas em que ele aparecia. Você se acostuma a jogar coisas fora. Tem de tomar uma cerveja para esquecer", diz Dan Abraham, diretor de storyboard.
Depois que os desenhos ficam prontos, é hora de testar os movimentos e as proporções dos objetos. Depois, vêm os detalhes: a sincronia dos lábios e a luz, que faz toda a diferença. O filme contou com um especialista em aviação que entrevistou cem pilotos. "Eles acompanharam cada passo das sequências de combate. Aprendemos muito sobre regras da aviação e detalhes da comunicação via rádio", diz o supervisor de voo Jason Mckinley.

Klay Hall, o diretor do filme, contou que aprendeu com o chefe, o famoso diretor John Lasseter, que tudo pode ser animado. "Qualquer coisa pode ter coração, alma e personalidade, inclusive máquinas. O essencial é ter uma boa história, com personagens interessantes, não importa o tema", diz.
Em aviões, um programa ajuda a produzir os movimentos em 3D, preenchendo o espaço entre um desenho e outro. Mas a criatividade continua sendo o maior trunfo, diz a produtora. "Temos ferramentas que nos ajudam a guiar os aviões, mas o maior trabalho é feito por pessoas realmente talentosas usando uma tecnologia que você pode achar no Brasil", diz a produtora Traci Balthazor-Flynn.
Em busca de uma boa bilheteria, a versão brasileira terá Ivete Sangalo como a voz de Carolina Santos Duavião, um "avião menina", digamos assim. “Mas é lindo. A gente vai fazendo e vai criando um carinho. Eu só imaginando meus sobrinhos, meu filho, os filhos dos meus amigos, meus fãs assistindo. É muito delícia”, diz Ivete.